A chegada do inverno no Brasil (21 de junho) representa uma alta do consumo de ovos. Segundo especialistas, o pico de vendas deve seguir até o dia 15 de julho, considerando que o mercado está especialmente aquecido pelo frio mais intenso e pelas festas juninas. Outro fator que tem contribuído para a elevação das vendas é o aumento do preço da carne bovina, devido a inúmeros fatores, dentre eles o câmbio e a demanda externa.
O cenário para os produtores poderia ser ainda melhor, caso o preço do milho também não estivesse tão alto. Isso porque a alimentação das galinhas responde por mais de 70% do custo de produção dos ovos. Trazer o milho de longe encarece ainda mais o custo de produção dos ovos. Uma caixa de 30 dúzias de ovos – que é vendida atualmente por R$ 45 – compra uma saca e meia de 60 quilos de milho – comercializada por R$ 30 reais. Uma relação ruim. Segundo ele, o ideal para que a atividade seja lucrativa é que o preço de uma caixa de ovos seja o suficiente para comprar duas sacas de milho.
Em 2010 o preço mais baixo que o milho atingiu foi R$ 16,50 por saca e o mais alto R$ 32. Já os preços dos ovos oscilaram entre R$ 28,19 e R$ 42 por caixa de 30 dúzias. A oscilação de preços neste setor é muito grande. Quando o milho está muito caro, alguns produtores recorrem ao sorgo para alimentar o plantel. O resultado da troca de alimentação pode ser visualizado no ovo. As galinhas caipiras, que ciscam no meio mato e comem mais verde produzem um ovo com gema de intensa coloração laranja.
Já as que são criadas em granjas e comem ração à base de milho produzem um ovo com a gema de cor amarela, enquanto as que são alimentadas com sorgo produzem gema amarelo claro. A cor da gema influencia na qualidade dos ovos? Difícil saber. Alguns estudos dizem que não e ressaltam que o que varia é a qualidade de colesterol de cada ovo de acordo com o que a galinha comeu. Outros, no entanto, apontam que o ovo de gema alaranjada contém seis vezes mais betacaroteno que os demais.